Paridade de Armas: Uma Análise entre o Ministério Público e a Advocacia

Este artigo explora a questão da paridade de armas entre o Ministério Público e a Advocacia no Brasil, analisando as ferramentas de investigação disponíveis e as limitações enfrentadas pela defesa.

Dionattan Coutrin Figueiredo

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04/09/2025

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Introdução

Em qualquer sistema jurídico que se preze, a isonomia processual é um princípio de fundamental importância, que visa assegurar que todas as partes envolvidas em um processo tenham igualdade de oportunidades para apresentar seus argumentos e evidências. No Brasil, esse princípio é conhecido como 'Paridade de Armas'. Neste artigo, iremos analisar se há, de fato, paridade de armas entre o Ministério Público e a Advocacia.


O Ministério Público e suas Ferramentas de Investigação


O Ministério Público, como instituição, detém uma série de prerrogativas que visam auxiliar no cumprimento de sua função, dentre elas, a realização de investigações. Tais investigações, que podem durar anos, costumam ser minuciosas e abrangentes, beneficiando-se de uma equipe técnica multidisciplinar e de vastos recursos tecnológicos para analisar uma vasta quantidade de documentos e realizar perícias internas.


A Advocacia e suas Limitações


Por outro lado, a advocacia enfrenta uma série de desafios para acompanhar o ritmo das investigações realizadas pelo Ministério Público. Muitos escritórios de advocacia, especialmente os de menor porte, não possuem o mesmo acesso a recursos tecnológicos e a equipes técnicas especializadas. Além disso, com a Lei Geral de Proteção de Dados, o acesso a determinadas informações, que poderiam ser úteis para a defesa, tornou-se mais restrito.


Um Exemplo Prático


Para ilustrar essa discussão, consideremos um caso hipotético de uma investigação sobre o uso de recursos públicos para abastecer veículos durante uma campanha eleitoral. Tal investigação requereria um exame detalhado de inúmeros cupons de abastecimento, além de análises contábeis complexas. O tempo e os recursos necessários para analisar tal quantidade de informações poderiam ser desproporcionais para um escritório de advocacia.

Concluindo, a paridade de armas é um princípio que deve ser constantemente buscado em nosso sistema jurídico. No entanto, na prática, existem desafios significativos a serem superados para que essa paridade seja plenamente alcançada. A advocacia precisa evoluir, incorporando novas tecnologias e formando equipes cada vez mais especializadas, para poder acompanhar o ritmo das investigações realizadas pelo Ministério Público.

Dionattan Coutrin Figueiredo

Advogado especialista em direito digital, eleitoral e público. Autor de diversos artigos sobre tecnologia jurídica e proteção de dados.

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